Debater soluções viáveis que fomentem a troca de experiências, diálogo, além de explorar soluções que priorizem a proteção, conservação, restauração e o uso sustentável dos recursos que vêm da Amazônia. Esse é o foco da Conferência Pan-Amazônica de Bioeconomia, realizada em Belém (PA), nesta quarta-feira, 21, e quinta, 22.
O governo do Acre, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas, foi convidado para participar do painel de alto nível do evento que reúne mais de 200 líderes da Pan-Amazônia – composta por países que têm a Floresta Amazônica em seu território, Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana, Guiana Francesa e Equador. Os especialistas locais, nacionais e internacionais vão fomentar formas de alavancar a economia na região com a perspectiva de manter a floresta em pé.
A reunião entre as lideranças mais influentes que tratam sobre o tema bioeconomia no mundo objetiva dar uma resposta à grande necessidade de uma ação que contenha a perda de biodiversidade, enfrente às mudanças climáticas e cuide das populações indígenas e tradicionais da Amazônia.
A secretária do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas, Julie Messias, que também é presidente do Fórum de Secretários da Amazônia Legal, participou do painel que tratava sobre o Alinhamento de Visões Nacionais e Regionais com Imperativos Locais e Globais nesta quarta, 21. Na oportunidade, ela falou sobre a importância da implementação da bioeconomia como alternativa para a manutenção dos serviços ecossistêmicos e a garantia da tradição e conhecimento dos povos.
‘Precisamos focar no objetivo de termos alternativas à sustentabilidade. A bioeconomia deve incorporar as diferentes visões e conceitos e garantir a repartição justa de benefícios, reconhecendo o conhecimento tradicional e a cultura dos povos indígenas e comunidades tradicionais”.
Dentre os painelistas estava Carlos Nobre, renomado cientista ambiental e copresidente do Painel Científico para a Amazônia (AMIT), Amazon 4.0 Brasil. Ele falou sobre o projeto que lidera, que une os países amazônicos no desenvolvimento de centros de pesquisa relacionados à nova bioeconomia e disse que é necessário que outras nações amazônicas valorizem os produtos dos ecossistemas, a chamada bioeconomia de floresta em pé.
Os temas abordados na Conferência vão desde ações econômicas direcionadas aos povos indígenas até as crescentes oportunidades de financiamento como forma de apoio a um modelo de bioeconomia sustentável – que prioriza os recursos naturais, o patrimônio cultural e a forma de vida dos povos da Amazônia.
Além dos representantes dos nove países que compõem a Pan-Amazônia, também participam líderes e especialistas com representações de diferentes níveis de governo, povos indígenas, academias, empresas, finanças, ONGs, empresas locais, coletivos e movimentos sociais.
Ao final do evento, será formulado um documento, com propostas compartilhadas constando prioridades e ações, produzido pelos participantes com recomendações em áreas cruciais para o escalonamento da bioeconomia em nível pan-amazônico que será apresentado aos chefes de estado dos nove países amazônicos com o objetivo de apoiá-los em suas decisões durante a Cúpula da Amazônia, que deve ocorrer em agosto, no Pará.
A conferência objetiva ainda a criação de uma rede de instituições que se comprometerá a colaborar a longo prazo para o desenvolvimento da bioeconomia.
A gestora da Semapi participa ainda, nesta quinta-feira, 22, de uma mesa temática sobre “Política Internacional e Governança”, onde serão exploradas diferentes oportunidades para políticas transfronteiriças em apoio à bioeconomia pan-amazônica e como a colaboração entre os países pode ser fortalecida por meio da melhoria da governança e de políticas da região.
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