O ano de 2023 vem apresentando números significativos nos casos de dengue em Santa Catarina. O último relatório apresentado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) aponta 15.604 casos confirmados da doença, somente neste ano, e é pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) que grande parte destes exames são feitos. Entre 1º de janeiro e 17 de abril, foram realizados 43.808 exames para diagnóstico de dengue, sendo que 18 mil foram apenas no último mês.
Além do Lacen Florianópolis, os exames são também analisados nos Laboratórios Regionais de São Miguel do Oeste, Chapecó, Joinville e Joaçaba. Atualmente, chegam em média 1,6 mil exames ao dia para análise nos laboratórios. “Os resultados desses exames são disponibilizados à unidade solicitante em um prazo máximo de cinco dias, para que eles possam realizar a interpretação e o contato com os pacientes, fazendo as orientações necessárias. Temos uma capacidade de análise de até 2 mil amostras ao dia em nossos laboratórios”, explica a diretora do Lacen, Marlei Debiasi.
A tecnologia empregada no Lacen possibilita que os tipos de exames sejam adequados para cada fase da doença. Caso o paciente esteja nos primeiros 5 dias de sintomas, é realizada a detecção do antígeno NS1 e a RT-PCR, em que também são pesquisados os vírus da zika e chikungunya, além de identificar qual o sorotipo de dengue. Se a coleta tiver sido realizada após o quinto dia de sintomas, o exames indicado é a pesquisa de anticorpos (IgM), que pode ser detectado em até 90 dias após a infecção.
“Desde o início do ano, o Lacen já fez mais de 40 mil exames e 70% desses exames foram feitos a partir do mês de março, onde observamos um aumento significativo principalmente nas regiões do Litoral Norte, Grande Florianópolis e Oeste”, afirma Marlei. A diretora também explica que os testes rápidos podem ser utilizados na triagem da infecção, porém não é uma boa ferramenta de vigilância. Por isso é fundamental que sejam coletadas amostras e encaminhadas ao Lacen para que se possa fazer uma vigilância da circulação do vírus da dengue como também de Chikungunya e Zika, todos transmitidos pelo mesmo vetor, oAedes aegypti.
“Como um Laboratório de referência estadual, os exames realizados no Lacen têm a função de fazer a vigilância laboratorial, fornecendo dados para atuação dos demais serviços de saúde. Entre as positivas, são selecionadas amostras para a vigilância genômica do vírus que permite o estudo científico sobre a circulação e a dispersão do vírus em nosso estado”, finaliza.
Dos exames analisados em 2023, 45% são da Grande Florianópolis. A região também é a que apresenta o maior percentual de positividade, com 47,82%, ou seja, dos 20.026 exames analisados, 9.577 apresentaram resultado detectável.
O Lacen disponibiliza, ainda, em seu portal um sistema completo de acesso à informação, onde o cidadão pode acompanhar, por exemplo, quantos exames positivos foram detectados em seu município e quais os sorotipos do vírus dengue (DENV) em circulação. Os dados podem ser acessados neste site .