A estudante Lívia da Silva Américo, de 17 anos, conquistou medalha de ouro no Campeonato Brasileiro Escolar de Atletismo, disputado nesta semana, em Brasília. A jovem, que concorreu na categoria de 100 metros com barreiras, é aluna da 3ª série do curso técnico em Enfermagem na Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Mário Alencar, em Fortaleza.
A vitória na competição nacional é considerada uma grande realização para Lívia, que treina desde os 13 anos. “Estou extremamente feliz. Sempre foi um sonho meu subir no pódio fora do meu estado”, comemora a jovem.
O resultado, de acordo com Lívia, é fruto de esforço constante, que envolve rotina de treinamento de segunda a sábado. Por estudar em uma EEEP, as atividades escolares ocorrem diariamente pela manhã e à tarde, fazendo com que a disciplina no esporte, assim como a organização do tempo, sejam ainda mais necessárias.
“Segunda, quarta, sexta e sábado treino na academia à noite. Terça e quinta, treino na pista de atletismo da Universidade de Fortaleza (Unifor), das 18h às 21h. Como estou em uma escola de tempo integral, eu treino e estudo em casa pela noite”, explica.
Antes do Campeonato Brasileiro, Lívia precisou participar de outras competições, como os Jogos Escolares do Ceará, a fim de obter índice suficiente para participar de um evento com maior abrangência.
“Pretendo treinar bastante para me superar e conseguir uma convocação para o Mundial”, afirma a estudante, adiantando qual será o próximo objetivo como atleta.
Lívia conta que sempre recebeu apoio e incentivo por parte da EEEP Mário Alencar para se dedicar ao esporte. A prática da atividade física é tida como um dos fatores mais significativos na vida da jovem.
“É o meu refúgio, é onde me sinto bem. É como faço muitos amigos que desejo levar para a vida inteira. Eu os aconselho que sigam esse caminho, pois tenho experiências e convivências incríveis com o esporte”, ressalta.
Romilson Mariano, professor de Educação Física da EEEP Mário Alencar, acompanha a trajetória de Lívia e explica que a unidade de ensino adota o procedimento de orientar os estudantes que demonstrem aptidão à prática esportiva.
“Para além do que fazemos nas aulas da escola, indicamos que os alunos procurem outras atividades esportivas, ajudando-os a fazer a melhor escolha, de acordo com o fator biológico de cada um. A gente vai conversando com os alunos, observando aqueles que apresentam facilidade para determinado esporte, e vamos orientando para que procurem uma prática mais direcionada”, esclarece o professor.
Além disso, Romilson aconselha aos jovens, como no caso da Lívia, que têm vivência esportiva extra escola, a importância do descanso e da subdivisão da prática física em blocos, para não se sobrecarregar.
“A gente trabalha muito com a questão da pré-iniciação (apresentar os movimentos básicos da prática esportiva), passando para os estudantes o que é uma periodização de treinamento (o que deve ser trabalhado em cada faixa de tempo). E ainda, temos aulas de fisiologia do exercício, para que eles tenham noção do que de fato é acionado no corpo dentro de um treinamento desportivo”, conclui.