A Universidade Estadual do Ceará (Uece) tem mais um programa de pós-graduação com nota 6, em avaliação quadrienal (2017 – 2020) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O Programa de Doutorado em Biotecnologia – Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) obteve o conceito que expressa excelência constatada em nível internacional. Para a avaliação, são consideradas, essencialmente, a produção científica dos docentes e discentes, a formação do corpo docente, a qualidade da formação dos alunos e, agora, também o impacto social do programa.
“A Uece, agora, tem dois Programas nota 6 pela Capes. O primeiro foi o Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias e, recentemente, tivemos a alegria de ter o segundo programa que ascendeu da nota 5 para nota 6, que é o Programa de Pós-graduação em Biotecnologia, Renorbio. Esse programa foi implantado em 2006, já começou com nota 5, e, agora tivemos essa ascensão”, comemora a pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da Uece, professora Ana Paula Rodrigues, que já foi coordenadora do Renorbio/Uece, no período de 2020 a 2023.
A gestora explica o que esse resultado significa para a Uece. “Para nossa instituição, isso é muito importante porque é um Programa reconhecido como de excelência. A Capes atribui nota aos programas e essa nota vai até 7. Um programa nota 6 é realmente fantástico para uma instituição. Então, quando o programa ascende de nota, ele tem uma visibilidade no cenário local, regional e nacional. Isso significa também que o Programa consegue se estruturar melhor porque ele vai ter maior apoio da Capes, com recurso e maior número de bolsas. Essa nota indica, ainda, que os professores estão muito bem qualificados, que a nossa produção científica está crescendo, evoluindo também no que diz respeito à qualidade”.
O coordenador do Programa na Uece, professor Carlucio Roberto Alves, fala sobre o que levou o Renorbio a alcançar a nota 6. O Renorbio tem seguido o que, de fato, é objetivo da pós-graduação, que é formar profissionais altamente qualificados para o mercado de trabalho, seja ele público ou privado. O Programa é centrado no aluno, todos os esforços voltados ao aluno, à sua produção científica de qualidade e a publicação em periódicos, nacionais e internacionais, de alto impacto. O conceito 6 está bastante relacionado com o empenho dos alunos junto aos seus orientadores. A gestão de qualidade também é de grande relevância”.
Professor Carlúcio destaca a importância do apoio do Estado. “O sucesso nos programas de pós-graduação também se deve ao Governo Federal, por meio de suas instituições de fomento, CNPq, Capes, Finep; e Governo Estadual, especialmente pela Funcap que disponibiliza bolsas para os estudantes”. E acrescenta – “ao longo desses anos, o Renorbio tem proporcionado doutorado sanduíche para que seus alunos estudem também fora do país, para que tenham uma formação profissional diferenciada e de qualidade, tanto do ponto de vista profissional quanto pessoal”, conta o coordenador.
Trata-se de uma rede formada por instituições de ensino e pesquisa de todos os estados da região Nordeste e do estado do Espírito Santo, agregando mais de 200 pesquisadores, atuantes nas diferentes áreas da Biotecnologia, contanto, atualmente, com 13 nucleadoras, como a Uece. Empresas de pesquisas e órgãos, como a Embrapa e a Fiocruz, também estão envolvidas.
As áreas de concentração do Renorbio são Biotecnologia Industrial, Biotecnologia Agropecuária, Biotecnologia em Recursos Naturais e Biotecnologia em Saúde; sendo a Uece, responsável pela linha de Biotecnologia Agropecuária.
Com início das atividades em 2006, o primeiro coordenador do Renorbio/Uece foi o professor José Ferreira Nunes. Até 2022, foram defendidas 249 teses, sendo a primeira defendida em 2010, com o tema Caracterização Morfológica e Molecular de uma nova linhagem de Serratia marcescens e Potencial Biotecnológico na Produção de Biossurfactante, Prodigiosa e na Utilização do Dibenzotiofeno.
De acordo com a pró-reitora Ana Paula Rodrigues, a Uece sempre se destacou na Rede Renorbio. “Ela não depende única e exclusivamente de uma instituição, mas dos esforços das várias instituições envolvidas, de vários professores; o trabalho é conjunto, no entanto, a Uece está sempre em destaque pela qualidade de sua produção científica; geralmente temos o maior número de alunos em seleções; temos um bom número de bolsas da Capes”, pontuou a ex-coordenadora da Rede na Uece.
A Capes divulgou recentemente os resultados finais da Avaliação Quadrienal (2017-2020) dos 4.512 programas de pós-graduação stricto sensu do Brasil, cujo resultado preliminar havia sido divulgado em setembro de 2022.
A avaliação tem como objetivos a certificação da qualidade da pós-graduação brasileira (referência para a distribuição de bolsas e recursos para o fomento à pesquisa); e identificação de assimetrias regionais e de áreas estratégicas do conhecimento no Sistema Nacional de Pós-graduação (SNPG) para orientar ações de indução na criação e expansão de programas de pós-graduação no território nacional.
As notas (ou conceitos) seguem uma escala de 1 a 7, sendo que 1 e 2 implicam o descredenciamento do curso. As notas 3 a 5 valem respectivamente “regular”, “bom” e “muito bom”. Além disso, há também os conceitos 6 e 7, que expressam excelência constatada em nível internacional. Somente os programas que têm doutorado podem aspirar às notas 6 e 7.