Educação Ceará
Centros Cearenses de Idiomas ampliam horizontes de oportunidades para jovens estudantes da rede pública
O Ceará conta com 21 CCIs distribuídos em 16 municípios, com ofertas de cursos gratuitos de Inglês, Espanhol e Francês; mais de 12 mil vagas oferta...
01/02/2023 15h05
Por: Redação Fonte: Secom Ceará
Foto: Reprodução/Secom Ceará

O Ceará conta com 21 CCIs distribuídos em 16 municípios, com ofertas de cursos gratuitos de Inglês, Espanhol e Francês; mais de 12 mil vagas ofertadas

Bienvenidos. Essa palavra da língua espanhola, que em português significa bem-vindos, é a preferida da caririense Laura de Oliveira Maia, de 21 anos, que mora em Juazeiro do Norte, no Sul do Ceará. “É a palavra que eu mais utilizo”, explica Laura, que é ex-aluna do Centro Cearense de Idiomas, do Governo do Ceará, e hoje trabalha como recepcionista no Complexo Ambiental Caminhos do Horto. O equipamento está inserido em um dos mais importantes circuitos de turismo religioso do Brasil e da América Latina, registrando anualmente mais de dois milhões de visitantes.

O Complexo compreende a Colina do Horto, ponto mais alto de Juazeiro do Norte, onde fica o Museu Vivo do Padre Cícero; a estátua inaugurada em 1969 em homenagem ao religioso, considerado santo popular; a igreja do Bom Jesus do Horto; e a trilha do Santo Sepulcro, que tem 3 quilômetros de extensão e integra o Geopark Araripe. Em 2022, o local recebeu um moderno teleférico que liga a Praça dos Romeiros à estátua de Padre Cícero.

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Laura utiliza o Espanhol para apresentar o Cariri ao mundo

Os passos de Laura para chegar ao Complexo trilharam o caminho da dedicação aos estudos. Dedicação que possibilitou, em 2018, quando cursava o Ensino Médio, no Colégio da Polícia Militar do Ceará de Juazeiro do Norte, a vaga para estudar Espanhol no então recém-inaugurado Centro Cearense de Idiomas.

“A experiência de estudar no CCI foi incrível. Embora fosse uma atividade extracurricular, nunca foi cansativo para mim. A estrutura e os profissionais eram muito bons, principalmente a professora Fabiana, que fazia o aprender Espanhol parecer muito fácil. Essa oportunidade que se abriu para mim representou qualificação profissional e portas abertas para uma realidade que, para a maioria dos jovens, é muito distante e caro”, conta Laura.

Os Centros Cearenses de Idiomas foram lançados pelo Governo do Ceará, em 2018, com o objetivo de oferecer aos estudantes da rede pública estadual de ensino aulas gratuitas de língua estrangeira, proporcionando mais oportunidades acadêmicas e profissionais aos jovens cearenses.

Hoje, são 21 equipamentos distribuídos em 16 municípios cearenses, com mais de 12 mil vagas. Os CCIs têm vagas destinadas a estudantes da rede pública estadual de ensino, mas também há vagas para professores da mesma rede. Os estudantes recebem material e fardamento gratuitos.

Todas as unidades ofertam os cursos de inglês e espanhol, sendo que as do Papicu, Benfica e Sul, em Fortaleza, disponibilizam também o francês.

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Os cursos de Espanhol e Inglês têm duração de até três anos, divididos em seis módulos semestrais de 60 horas, totalizando 360 h. O curso de Francês tem duração de um ano e meio, totalizando 180 h. O conteúdo é fundamentado na aquisição de quatro habilidades essenciais: ler, escrever, escutar e falar.

As habilidades aprendidas no CCI são essenciais para que hoje ela apresente as riquezas do Cariri cearense ao mundo. “Para mim, uma das experiências marcantes foi quando recebemos uma família cubana que estava passeando pelo Horto. Eles ficaram maravilhados porque atendemos em Espanhol”, pontua Laura, que também tem formação em Inglês e Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Nos CCIs há, ainda, ações pedagógicas voltadas ao acompanhamento do progresso do ensino e da aprendizagem, das habilidades alcançadas nos diferentes módulos ofertados nos cursos e ao acompanhamento individual do desempenho escolar obtido, que constarão no histórico escolar do estudante.

Esse encantamento com a língua espanhola também faz parte da jornada de Pedro Albuquerque, 17. O primeiro contato dele com o Espanhol foi ainda no Ensino Médio, na Escola Estadual de Educação Profissional Maria Angela da Silveira Borges, em Fortaleza. Pedro não teve dúvidas quando surgiu, em 2020, a chance de aprender mais profundamente sobre o idioma no CCI Papicu, na Capital.

“Apesar do contexto da pandemia, com aulas virtuais, os professores do CCI sempre estiveram perto da gente, para que nós desenvolvêssemos as quatro habilidades necessárias. Isso é importante para nós, jovens, principalmente da periferia, que não temos como pagar cursos de idiomas ou fazer intercâmbio para conhecer outras culturas. O CCI dá essa oportunidade, além da qualificação profissional”, analisa.

Concluir o Ensino Médio com uma direção. Foi assim que Pedro escolheu o curso de Letras – Espanhol no vestibular da Universidade Estadual do Ceará (Uece) do ano passado, e foi aprovado. “Eu já fui monitor do CCI e, essa minha vontade de ajudar, me inspira a ensinar pessoas que têm realmente interesse para aprender”, projeta.

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Pedro foi aprovado em Letras – Espanhol na Uece

Ensinar um idioma novo já está fazendo parte da rotina do fortalezense William Forte, 17, que concluiu o curso de Inglês no CCI Kennedy, em 2022, e, nesta semana, começou a dar aulas para crianças do Ensino Fundamental na rede privada de ensino. William também é ex-aluno da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Waldemar Falcão. “Estou muito feliz de trabalhar como professor de Inglês. Posteriormente, pretendo sair do País, e nos meus planos estão Canadá e Austrália”, enfatiza.

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William já ensina Inglês para crianças do ensino fundamental

Inseridos no mundo

A vontade de conhecer o mundo também sempre pulsou forte no coração de Gabrieli Barroso, 21, que cursou o Ensino Médio no Colégio da Polícia Militar Tenente Mário Lima e Inglês no CCI de Maracanaú. Hoje, Gabrieli faz intercâmbio em Howell, Michigan, nos Estados Unidos. “O CCI é como uma família para mim. Eles abraçaram os meus sonhos, acreditando em mim desde a primeira vez que falei da vontade de fazer intercâmbio, trabalhar fora”, reconhece.

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Gabrieli  faz intercâmbio em Michigan, nos Estados Unidos

Esse apoio é essencial para que os estudantes consigam chegar mais perto dosgoals, ou seja, metas. É o que afirma a professora de Inglês do CCI Kennedy, Magda Melo. “Nossos alunos têm a consciência de que podem se conectar com o mundo. Eles se veem com mais oportunidades, seja aqui ou fora do País, numa carreira acadêmica, algo maior. Eles buscam com a gente informações sobre bolsas, parcerias internacionais e oportunidades para estudar e trabalhar fora. Eu me sinto muito realizada de vê-los em lugares que antes a gente não os via”, reforça Magda.

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Magda acredita na transformação por meio do ensino 

A busca deles para realizar os sonhos também se transforma em orgulho para as famílias, como destaca Aurineide Lima, mãe de Victor Lopes, 18. Victor concluiu o curso técnico de Hospedagem na Escola Estadual de Educação Profissional EEEP Joaquim Nogueira, em Fortaleza, e Inglês no CCI Kennedy. Ele foi selecionado para trabalhar em um grande hotel da Capital cearense. “Fico muito emocionada pelo filho que tenho. Eu e o pai dele achamos muito elegante ele falar Inglês, que era sonho dele desde os oito anos de idade. Muito orgulho. Por isso sempre o incentivamos, acompanhando passo a passo”, diz.

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Da esquerda para direita, Aurineide, Victor e Marta Lucas, diretora do CCI Kennedy 

Abrir horizontes de oportunidades para os jovens enquanto eles desenvolvem suas habilidades e aprendem mais sobre as culturas. É essa a importância de um segundo idioma para estudantes como Yasmin Oliveira, 17, que estuda na EEMTI Lions Club e cursa Inglês no CCI de Crateús. No ano passado, Yasmin foi uma das duas estudantes cearenses selecionadas para o Programa Jovens Embaixadores 2022, promovido pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Hoje, ela sonha fazer graduação no exterior. “O ano de 2023 será meu último no CCI, e eu sou muito grata por isso. O curso me preparou para o intercâmbio, que foi um divisor de águas, a melhor experiência da minha vida. Conhecer uma cultura diferente da minha, compartilhando a minha, me mudou para melhor como pessoa e estudante”, conclui.

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