Sábado, 23 de Novembro de 2024 15:30
31 98592-5801
Brasil Brasil

BC eleva taxa de juros a 3,5% na tentativa de barrar inflação

Para o Copom, 'perseverar o processo de reformas e os ajustes na economia são essenciais para a recuperação sustentável do país'

05/05/2021 19h03 Atualizada há 4 anos
Por: Redação Fonte: R7 - Márcia Rodrigues, do R7
Selic sofreu alta de 0,75 ponto percentual - (Foto: Pixabay)
Selic sofreu alta de 0,75 ponto percentual - (Foto: Pixabay)

A taxa básica de juros da economia subiu de 2,75% para 3,5% ao ano pela segunda vez consecutiva, de acordo com decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), divulgada no início da noite desta quarta-feira (5).

Analistas de mercados já aguardavam a elevação de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros e esperam um aumento gradual ao longo de 2021. A expectativa dos especialistas é de que a Selic feche o ano a 5% ao ano.

Até março, a taxa básica de juros vinha registrando uma série de quedas desde julho de 2015 e a sequência de reduções consecutivas desde julho de 2019, chegando ao menor patamar da história.

A alta da inflação e as incertezas da economia por causa das crises financeira e sanitária geradas pela pandemia de coronavírus pesaram na decisão do Copom para elevar a Selic.

No boletim divulgado após a reunião, o Comitê destacou que novos prolongamentos das políticas fiscais em resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem pressionar ainda mais os prêmios de risco do país.

A nota também destacou que "o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária".

O Copom também reiterou que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia.

O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.

Período não é o ideal para aumento

Apesar de já esperar a alta de 0,75 ponto percentual, o economista André Braz, coordenador do IPC do FGV IBRE, diz que o período não é o ideal para elevar a taxa básica de juros.

É estranho elevar a taxa num momento que a economia está patinando, está ruim. Existem outros mecanismos que vão pontualmente em setores estratégicos estimulando a concorrência e forçando a redução de preços.

André Braz

O economista cita dois exemplos:

Desonerar a importação para algum setor específico poder equipar melhor a indústria nacional e forçar queda de preço;

Aumentar a carga de impostos de setores que têm monopólio como forma de punição.

“Temos mecanismos e acessórios não tão potentes quanto a Selic, mas para conter o aumento inflacionário que não vem de demanda, mas de custos, estão apostando muito na taxa básica de juros”, pontua.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.