O Grupo João Santos, alvo de operação conjunta da Polícia Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e Receita Federal na manhã desta quarta-feira (5), contava com offshores (empresas em paraísos fiscais) para dar corpo à operação de sonegação de impostos tributários que já soma R$ 8,6 bilhões, segundo as autoridades envolvidas na ação.
O R7 procurou o Grupo João Santos, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria.
O grupo ainda utilizava com outras estratégias para a sonegação dos tributos e de dívidas trabalhistas. Uma destas era realizada por meio das mais de 600 empresas que faziam parte do conglomerado, segundo detalhou o procurador-regional da Fazenda, Alexandre Freire.
"Empresas que já estavam com muitos débitos com a procuradoria da Fazenda Nacional e da Receita Federal celebravam contrato de mútuo [empréstimo entre empresas] para emprestar crédito ou valores para empresas que eram do grupo. A finalidade era justificar contabilmente a remessa de uma para outra", explicou.
As outras formas envolviam também a manipulação do pagamento do IPI, parcelamento com o fisco para esvaziar o patrimônio de empresas devedoras e a utilização de empresas fantasmas para destino e desvios dos recursos.
A Operação Background começou ainda em 2018, investigando mais de duas décadas de evasão de impostos. Duas investigações sobre o tema foram abertas separadamente, pela Procuradoria-Geral da Fazenda, e pela Polícia Federal.
Os inquéritos foram unidos e deram resultado aos 53 mandados de busca e apreensão cumpridos nesta terça-feira em Pernambuco, São Paulo, Amazonas, Pará e Distrito Federal. Os 240 agentes mobilizados encontraram uma soma considerável de dinheiro em espécie, obras de artes, carros de luxo, joias,
Os agentes buscam, nessa fase do trabalho de apuração, recuperar o patrimônio desviado e ocultado pelos investigados, com o objetivo não só de reparar o dano patrimonial causado aos cofres públicos, por meio de débitos tributários, mas, principalmente, liquidar os créditos trabalhistas de centenas de empregados do grupo.
São cerca de R$ 55 milhões de dívidas trabalhistas, que deixaram centenas de trabalhadores sem receber salários e outros direitos.
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