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Ministro da CGU diz que Bolsonaro trabalhou na praia durante as férias

Wagner Rosário foi à Câmara explicar gastos com a viagem do final de 2020 do presidente para São Paulo e Santa Catarina

21/04/2021 08h12 Atualizada há 4 anos
Por: Redação Fonte: R7 - Do R7, com Agência Câmara
 Reprodução/Facebook - (Foto: Reprodução/Facebook)
Reprodução/Facebook - (Foto: Reprodução/Facebook)

O ministro-chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário, foi à Câmara dos Deputados terça-feira (20) explicar os altos gastos do presidente Jair Bolsonaro durante suas férias na virada do ano. 

De acordo com ele, o período nem poderia ser chamado de férias, afinal o presidente trabalhou nesse período. 

Rosário disse aos deputados da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara que os gastos com hospedagem responderam por cerca de 70% do custo de R$ 1,2 milhão com a viagem do final do ano passado a São Paulo e a Santa Catarina.

Mais R$ 1,2 milhão foi gasto, segundo ele, com as aeronaves necessárias para os deslocamentos.

Com base nos valores médios das diárias informados pelo ministro, o deputado Elias Vaz (PSB-GO), um dos quatro autores do requerimento de audiência, disse que o valor seria suficiente para 4.900 diárias.

Wagner Rosário explicou que os gastos eram com a hospedagem total e não só as diárias de hotéis, inclusive com as equipes de segurança. 

Questionado pelos deputados sobre o sigilo dos gastos feitos com cartão corporativo, o ministro disse que isso se justifica pela questão da segurança: “Se eu discrimino a quantidade de diárias e dou o valor exato para vocês e digo quanto é a diária, vocês sabem quantas pessoas estão lá.”

Ele admitiu, no entanto, que o preço da hospedagem tinha ficado um pouco acima do usual porque a segurança teve que ficar em quartos separados por causa do risco de contágio por covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro passou 18 dias entre São Francisco do Sul, em Santa Catarina; e Guarujá, São Paulo.

Rosário disse que a viagem não pode ser chamada de férias porque um presidente não tira férias. Segundo ele, foram assinadas sete medidas provisórias e sancionadas seis leis no período.

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), também autor do requerimento, criticou o sigilo dos gastos. “No mundo real, no mundo de fato, o presidente da República não anda de jet ski com uma medida provisória a tiracolo ou vai pescar com o Ratinho com outra medida provisória sendo assinada no curso da pesca. Efetivamente, isso se chama férias, Viagem ao Guarujá durante o Ano Novo não era para despachar. Me desculpe, senhor ministro, mas são férias.”

Wagner Rosário disse que não existem irregularidades nos gastos em geral porque nem foi analisada a prestação de contas ainda. Ele negou também que haja necessidade de aprimoramento na fiscalização desses gastos. “O processo está muito bem determinado e é feito assim há muitos anos. Já foi verificado, inclusive, pelo Tribunal de Contas da União, que também fiscaliza esses recursos.”

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