Em recentes publicações de jornais e redes sociais, estrangeiros e nacionais, vem sendo questionado se drogas, especialmente as sintéticas, podem ser usadas para salvar casamentos em crises. Essas drogas seriam usadas em terapias de casais sob a argumentação que pode melhorar a comunicação e aproximar o casal infeliz.
Para início de análise é necessário entender que drogas sintéticas são aquelas produzidas de maneira artificial em laboratórios, na maioria das vezes clandestinos, utilizando-se produtos químicos os quais são misturados chegando-se a um produto final capaz de produzir efeitos maiores e mais rápidos do que as drogas naturais.
É bem verdade que a medicina avança a passos muito largos no mundo moderno e altamente avançado tecnologicamente contudo é necessário refletir, e muito, se produtos químicos que tenham força de agir no sistema nervoso central da pessoa, alterando as funções de sensibilidade e emocional, seriam capazes de resolver problemas cujo origem nem sempre são de cunho afetivo, emocional ou até mesmo físico e desconsidera os sentimentos e muitas outras questões que podem levar à crise entre casal.
Fato é que as drogas, especialmente as sintéticas como Ecstasy e a sua mais nova “evolução” a MDMA, abreviação para metilenodioximetanfetamina, podem ocasionar danos irreversíveis, levando à dependência física e química, afetando diretamente a saúde individual e, certamente, piorando ainda mais a relação entre o casal, afetando também toda a família haja vista que as drogas adoecem a todos.
Penso que o melhor remédio para problemas de relacionamento ainda seja o bom e velho diálogo, podendo sim recorrer ao apoio externo como terapia por exemplo mas daí a acreditar que drogas sintéticas e ilegais seja a solução pode ser um erro fatal.
Paulo Henrique Cardoso, Tenente-Coronel da Polícia Militar de Minas Gerais atua na Segurança Pública. Bacharel em Direito e em Segurança Pública é Especialista em Prevenção às Drogas e Dependência Química. @ten.cel.paulo.henrique