Um dia após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter determinado que o Senado instale CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar ações e omissões do governo federal no combate à pandemia de covid-19, o presidente Jair Bolsonaro reagiu, criticando duramente o autor da decisão liminar, ministro Luís Roberto Barroso.
Segundo o presidente, Barroso e a bancada de esquerda do Senado se uniram para desgastar o governo.
"Eles não querem saber do que aconteceu com os bilhões desviados por alguns governadores e alguns poucos prefeitos também", afirmou Bolsonaro. "Agora, detalhe: dentro do Senado tem processo de impeachment contra ministro do STF. Eu quero saber se o Barroso vai ter coragem moral de mandar instalar esse processo de impeachment também. Pelo que me parece falta coragem moral do Barroso e sobra ativismo judicial."
A decisão do minstro do Supremo atende a pedido feito pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que questionam a posição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) em avaliar o requerimento pela investigação, apresentado em fevereiro.
O mandado de segurança, com pedido de liminar, foi impetrado pelos senadores, visando a obtenção de ordem judicial para que Pacheco adote as providências necessárias à instalação de CPI com o objetivo de “apurar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da covid-19 no Brasil e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio para os pacientes internados”.
Para Bolsonaro, trata-se de uma interferência entre poderes da República, do Judiciário no Legislativo, e classificou a decisão como "politicalha".
"Barroso, nós conhecemos seu passado, sua vida, o que você sempre defendeu, como chegou ao STF, inclusive defendendo o terrorista Cesare Battisti. Então, usa a sua caneta em defesa da vida e do povo brasileiro, e não para fazer politicalha dentro do Senado. Se tiver um pingo de moral, ministro Barroso, mande abrir processo de impeachment contra alguns dos seus companheiros do STF", disparou o chefe do Executivo Nacional, abrindo mais uma crise entre o Executivo e a mais alta corte judicial do país.
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