Geral P.I.S.T.A.
Sobre as necessidades da Criança Interna
Olá cara leitora e caro leitor do outro lado da telinha. Hoje tem P.I.S.T.A. na coluna, a Prosa Inventiva (pra) Sortá (os) Trem Acumulado.
16/03/2022 21h16 Atualizada há 3 anos
Por: Redação Fonte: Luís Fernando Gurgel e Souza

Costumo imaginar que há vários Eus dentro de mim.

 

O Eu Criança, a minha criança interna, detêm as minhas emoções imaturas. Não raramente ela aparece. Hoje mesmo deu as caras. A minha criança traz as necessidades elaboradas na infância não atendidas e crenças muito enraizadas. Necessidades que naquele tempo da infância faziam sentido e eram verdadeiras. Afinal, era o início da jornada e éramos muito imaturos.

 

Acontece que crescemos fisicamente e mudamos, mas por vezes, não crescemos emocionalmente. Essas necessidades se tornam falsas quando nos tornamos adultos. A não satisfação dessas necessidades vira a morte. Aí, o Eu Criança grita!

 

Vem cá, minha criança, vamos sentar e tomar um café! Eu a acolho e a ouço. Eu quero ressignificar esses sentimentos originais do meu passado. Quero renunciar a necessidade falsa e abrir a verdadeira necessidade para a minha autorrealização: perceber o desenvolvimento interior. Para isso, minha criança, eu preciso prosseguir na busca das barreiras e crenças mais profundas da minha alma e removê-las.

 

Necessito de autoamor e autoaceitação, não necessito esperar que bons sentimentos provenham do exterior.

 

As necessidades falsas provindas das emoções imaturas da criança interna nunca serão satisfeitas. E, por vezes, estas são exigências impostas aos outros, como se os outros pudessem satisfazer a minha criança. Uma vez não atendida, perpetua-se um ciclo de frustração e sofrimento. Porém, em uma jornada consciente, o sofrimento é uma grande oportunidade para evoluir.

 

Minha criança interna gostou do café?

 

...

 

"Não, não gostei e não entendi!", ela poderia responder.

 

Com o trabalho frequente de auto-observação teremos mais oportunidades de identificar reações antes ocultas naquelas situações em que nos sentimos ansiosos e pouco à vontade em certos ambientes.

 

Vamos acolher nossa criança com carinho?

 

 Luís Fernando Gurgel e Souza, sobre histórias do cotidiano, fábulas, crônicas futebolísticas e emoções de cada um.  luisfgurgel11@gmail.com