O que é o tempo?
Anos se passando pelo corpo físico?
Segundos de uma inspiração
e o alívio da expiração?
O tic-tac do relógio?
O canto de um passarinho pela manhã?
O atraso no trabalho?
O adiantamento de salário?
A procura de um emprego?
A barriga vazia e o medo?
Quantos infinitos cabem neste tempo?
O que é o tempo?
Uma moeda de troca limitada?
Uma poupança no banco?
A prestação honrada?
A espera da noiva?
O choro do bebê?
A casa financiada?
Quantos passam sem ter tempo?
E quando minha efemeridade por aqui se esvair
Acabou o tempo?
...
Ou o Tempo continua…
Onde é o Tempo?
Seguindo uma linha em direção à luz
para o Templo, a morada infinita?
O caminho do Templo é o Tempo?
Quantos Tempos existem?
O meu é o mesmo que o teu?
Chegaremos à mesma morada?
Então o que mais tenho é este Tempo?
O Tempo que estou percebo o tempo passar.
...
Moksha.
Sou livre.
Outro tempo aqui não existe,
ele é prisão.
Mas sou livre.
Moksha.
A passagem para a iluminação.
O Tempo não passa por aqui.
Eu passo pelo Tempo.
Infinita evolução.
Luís Fernando Gurgel e Souza, sobre histórias do cotidiano, fábulas, crônicas futebolísticas e emoções de cada um. luisfgurgel11@gmail.com