Um dia após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ter dito que o Legislativo não tolerará novos erros por parte do Poder Executivo no enfrentamento da pandemia da covid-19, o presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu o deputado para uma reunião no Palácio do Planalto.
Na saída, Bolsonaro acompanhou o chefe da Câmara até o carro oficial do parlamentar e afirmou à imprensa que a relação entre os dois "continua normal".
"Nunca teve nada errado entre nós. Nunca teve nada errado entre nós! Velho amigo de parlamento. [...] O governo continua tudo normal", afirmou. "Zero problema. Conversamos sobre muitas coisas. O que nós queremos, juntos buscar maneiras de contratarmos mais vacinas. É na ponta da linha. Fazer que chegue as informações que as vacinas estão sendo aplicadas."
No fim da tarde desta quarta-feira, após o anúncio da criação de um comitê integrado entre os três poderes para o enfrentamento da pandemia, Lira fez um pronunciamento durante sessão da Câmara dizendo ter acendido "sinal amarelo". Foi um recado a Bolsonaro pelos erros na condução da crise sanitária.
Lira também insinuou que poderá se afastar do governo caso o chefe do Executivo não melhore a forma como o governo vem lidando com a doença e, sem citar a palavra impeachment, disse que os "os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos. Alguns, fatais."
"Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o país se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a serem praticados", disse.
Segundo o presidente, o ritmo de vacinação, o presidente disse não estar "medindo esforços para contratarmos vacinas". "Olha... notícia de vocês mesmo hoje: Itália, União Europeia, vários países estão com problemas , vários... Alemanha."
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