Com 12 fraturas na costela, com fita tipo silver tape tapando a boca da vítima, o que teria a matado por asfixia, e com indícios de ter sido violentada sexualmente. Dessa forma foi encontrado o corpo de Cléria Aparecida (de 44 anos) entre Itabirito e Rio Acima (municípios da Região Central de Minas). O suspeito do feminicídio responde por estupro também em Ouro Preto (cidade do entorno).
Detalhes do crime foram revelados pelo delegado titular de Itabirito, Frederico Ribeiro de Freitas Mendes, durante entrevista coletiva on-line nesta segunda-feira (22/3). “Não havia motivação prévia para o crime”, afirmou o delegado.
O suspeito de ter cometido o crime era cunhado da vítima. O mandado de prisão temporária do investigado foi cumprido pela Polícia Civil (PC) de Minas Gerais na última quarta-feira (17/3). O corpo foi encontrado na segunda-feira (8/3), e a vítima estava desaparecida desde 26/2.
Por lei, nomes de suspeitos não mais podem ser divulgados pelas policias.
O suspeito morava com a esposa e a cunhada na mesma casa, no bairro Recreio dos Bandeirantes, em Itabirito. Segundo o delegado, com base na investigação, ela se recusou a fazer sexo com o cunhado, ele então teria cometido o estupro e o feminicídio.
A esposa não estava na casa na hora do crime. De acordo com o delegado, a vítima, costumeiramente, passava muito tempo com o acusado.
Legítima defesa
O suspeito, apesar de ter confessado o crime, afirmou que agiu em legítima defesa. Cléria, segundo o acusado, teria tentado atacá-lo com uma chave de fenda. A PC não acredita nessa hipótese. Para o delegado, se houvesse veracidade nessa versão, o suspeito teria acionado a polícia, coisa que não aconteceu.
Segundo o delegado, a vítima era uma “pessoa caseira” e pacata, o que descarta (para a PC) ainda mais a hipótese de legítima defesa.
Indivíduo frio
O suspeito matou a vítima, a colocou no porta-malas de seu carro e a levou para um local de mata fechada, entre o bairro Marzagão (Itabirito) e a cidade de Rio Acima, nas proximidades de uma das margens do Rio Itabirito.
Durante a investigação, a PC conseguiu imagens de um posto de gasolina que mostravam o deslocamento do automóvel.
Horas antes de achar o corpo (10 dias após o desparecimento), a polícia encontrou pertences da vítima (como sutiã e mochila) e até preservativos pelo caminho. “Em um local de difícil acesso”, descreveu o delegado.
Anteriormente, quando estava na condição de testemunha, o suspeito teria afirmado que serviu o Exército. Provavelmente, na tentativa de passar alguma boa impressão. Entretanto a afirmação foi desmentida pela investigação.
Segundo o delegado, com base em informação da irmã da vítima, depois de achado o corpo, o marido dela mudou o comportamento, tornando-se uma pessoa fria. Situação que chamou a atenção de familiares e da polícia.
Inclusive, o delegado descreveu o suspeito como um indivíduo “frio e sem qualquer tipo de remorso” e disse que o investigado teria retornado duas vezes ao local do crime.
Anos de prisão
Frederico Mendes acredita que, por se tratar de crime hediondo (feminicídio – sem chance de defesa da vítima -, crime sexual e ocultação de cadáver), o suspeito deva ser levado a Júri Popular e condenado a pena que pode variar de 20 a 30 anos.
Outros crimes
Além da barbárie contra Cléria Aparecida, o suspeito é acusado de estupro em Ouro Preto, crime que teria acontecido no ano passado.
Apesar de questionado, o delegado não deu detalhes a respeito desta acusação em específico. Entretanto ressaltou a importância do telefone 181 na denúncia anônima para elucidação e acusação de crimes desse tipo.
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