Uma temática comum atravessou os discursos proferidos na tarde desta terça-feira (15) na Câmara Legislativa: os serviços oferecidos pelo sistema público de saúde do DF. Entres as principais preocupações, os parlamentares apontaram a falta de profissionais para executar as políticas de prevenção contra arboviroses, como dengue, chikungunya e zika, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
“Nós precisamos abrir o olho do governo. Em todo tempo de calor excessivo, vem chuva e o mosquito entra com força. O resultado desse mosquito é morte: dengue, chicungunha, zika vírus... O governo que perdeu uma vida, já perdeu o seu maior patrimônio”, declarou o deputado Pastor Daniel de Castro (PP). Ele explicou que os Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas) e Agente Comunitário de Saúde (ACS) protegem a comunidade no combate a pandemias e vírus.
“Tem que nomear ACS e Avas o mais rápido possível para que não morra mais gente do DF”, endossou João Cardoso (Avante). Por sua vez, Eduardo Pedrosa (União Brasil) lembrou que medidas de prevenção também economizam recursos dos cofres públicos.
Da galeria do plenário, aprovados em concursos para as carreiras de Avas e ACS também pleitearam por nomeações.
Reestruturação
Outras profissões da pasta ou de demais áreas que atuam na Secretaria de Saúde (SES) foram mencionadas pelos parlamentares. Fábio Felix (Psol) detalhou que 242 especialistas em saúde precisam ser contratados para estruturar a área meio da Secretaria.
Já Cardoso abordou a luta de dentistas da SES e da Secretarias de Educação para equiparar o salário ao da categoria médica. Embora tivessem tal equiparação no começo da carreira, “hoje recebem apenas 80% do que os médicos recebem”, constatou. Ele comentou que o projeto está parado na Secretaria de Fazenda e clamou ao governo para que tenha mais interlocução com esses servidores.
Dayse Amarilio (PSB) também tratou do que definiu como “dificuldade de diálogo com o govermo”, mas enfocou na carreira dos enfermeiros. Após movimentos de paralisação, a categoria reuniu-se com o governo distrital e expôs suas reivindicações, para as quais não tiveram “resposta nenhuma”, lamentou a deputada.
Hospital Regional de Planaltina
O parlamentar Gabriel Magno (PT) criticou o sistema público de saúde do DF de modo amplo e reforçou que outras instituições também manifestam alertas. “Na semana passada o Ministério Público entrou com Ação Civil Pública elencando esse caos na saúde do DF”, disse. “Caso a Secretaria não atenda às necessidades emergenciais no Hospital de Planaltina, o Conselho de Medicina pode entrar com uma interdição ética do hospital”, completou.
Daniela Reis - Agência CLDF