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Outubro Rosa: exposição no Senado traz histórias de superação do câncer de mama
Em mais uma ação de conscientização sobre a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo uterino, o Senado promove, d...
04/10/2024 12h33
Por: Redação Fonte: Agência Senado

Em mais uma ação de conscientização sobre a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo uterino, o Senado promove, durante todo o mês de outubro, a exposição fotográfica Mulheres e Niemeyer, com fotos de 12 mulheres diagnosticadas com câncer de mama ao lado de diferentes monumentos de Brasília. As imagens estão expostas no Espaço Senado Galeria e buscam retratar a força, a beleza e a resiliência de cada uma das fotografadas. A curadoria da exposição foi feita pela fundadora e presidente da ONG Recomeçar (Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília), Joana Jeker, com apoio do senador Nelsinho Trad (PSD-MS).

"Durante o tratamento, eu pensei na cura, eu acreditei na cura, eu tive fé na cura, eu me alimentei do sentimento de cura e eu vivi a cura", afirma Joana Jeker ao lembrar da superação da doença, relato compartilhado por muitas outras mulheres que enfrentaram o câncer de mama.

Além de compartilhar a experiência pessoal, Jeker transformou sua trajetória em ativismo ao fundar a Recomeçar e liderar a luta pela aprovação da Lei dos 30 Dias ( Lei 13.896, de 2019 ). Aprovada no Senado em 2019, com relatoria de Nelsinho Trad , a norma garante que, nos casos em que a principal hipótese diagnóstica seja a de neoplasia maligna, os exames necessários à elucidação devem ser realizados pelo SUS no prazo máximo de 30 dias.

"Se buscamos um mundo melhor, devemos ser agentes de mudança. Cabe a cada um de nós mudar o mundo", afirma.

Essa força coletiva é o fio condutor da exposição, que une a beleza das formas curvas das construções de Niemeyer com a resiliência dessas mulheres, criando uma potente mensagem de superação.

Outra história inspiradora retratada na exposição é a de Regina Sousa Bispo. Ela passou por uma mastectomia radical e relembrou o processo com determinação.

“Eu vivi um dia de cada vez e sonhava com um futuro diferente do passado".

Já Cida Sousa, diagnosticada em 2013, encontra nos filhos sua maior força para continuar.

"Eles foram a minha razão para lutar e vencer", conta, representando na imagem sua firmeza ao lado do Palácio do Planalto.

Apesar de ter iniciado a exposição no início do mês, a inauguração da mostra será no dia 16, às 18h, com a presença dos parlamentares, três dias antes do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama, celebrado no sábado (19). Também está programada para o dia 16 a projeção das imagens da exposição Mulheres e Niemeyer nos prédios do Congresso Nacional ao lado de frases informativas e de conscientização sobre o câncer de mama. Os prédios do Senado e da Câmara já estão recebendo projeções e exibindo frases sobre prevenção desde o início do mês.

Outras ações

Ainda como parte da programação do Outubro Rosa, o Senado promove, na terça-feira (8), às 15h, a abertura da Campanha de Prevenção e Diagnóstico Precoce do Câncer de Mama e do Colo de Útero. O evento será no Salão Nobre da Câmara dos Deputados com a presença dos parlamentares.

Em outra frente de atenção e apoio, o grupo Liga do Bem, formado por voluntários e colaboradores do Senado, vem realizando uma série de iniciativas, como a mobilização para arrecadação de lenços, bandanas e outros acessórios para a cabeça que serão entregues àRede Feminina de Combate ao Câncer e ao Hospital da Criança de Brasília. A liga também intensificou a produção de nécessaires, bandanas e turbantes adultos e infantis para doação e abriu a campanha do Corte Solidário, uma ação desenvolvida com a parceria com salões de beleza de Brasília, que realizam o serviço, de 15 a 17 e de 22 a 24 de outubro, para as mulheres que se inscreverem.

As inscrições e agendamentos serão realizados a partir do dia 8/10, pela plataforma: https://ligadobem.flutterflow.app

Iniciativas legislativas

A preocupação com a assistência e o diagnóstico precoce contra o câncer de mama e de colo de útero também tem reflexo na apresentação de propostas legislativas. Tramitam no Senado projetos de lei que reforçam políticas públicas voltadas à conscientização e ao tratamento mais ágil.

Como PL 3.021/2024 , do senador Laércio Oliveira (PP-SE), que institui o rastreamento mamográfico anual a partir dos 30 anos de idade para mulheres com registro de câncer de mama em parentes consanguíneos até o segundo grau. O objetivo é possibilitar a detecção precoce da doença em grupos de alto risco, aumentando as chances de tratamento bem-sucedido e reduzindo a mortalidade.

Outra proposta, da Câmara dos Deputados, é o PL 3.436/2021 que garante acesso a fisioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) para quem fez tratamento de câncer de mama. As duas matérias aguardam votação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Já na Comissão de Direitos Humanos (CDH) tramita o PL 5.608/2023 , da Câmara dos Deputados, relatado pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN), que define as condições de trabalho de mulheres diagnosticadas ou em tratamento de câncer e cria o programa empresa rosa e o selo rosa, com incentivos para empresas que contratarem mulheres nessas circunstâncias.

Cenário nacional

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) prevê que 2024 será encerrado com o registro de 73.610 casos novos de câncer de mama . A estimativa de risco é de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. Apenas cerca de 1% dos casos ocorre em homens.

Outro estudo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), revelou que uma em cada seis mortes por câncer de mama ocorre em mulheres com menos de 50 anos. A pesquisa, apresentada no Congresso Brasileiro de Câncer na Mulher, analisou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde entre 2012 e 2022. Durante esse período, houve um aumento de 40,8% nas mortes por câncer de mama, passando de 13.746 óbitos em 2012 para 19.363 em 2022.

Embora a maioria das mortes ainda ocorra em mulheres com mais de 50 anos, representando 77,2% dos casos, o estudo destacou que 15,61% das vítimas tinham entre 40 e 49 anos. Esse grupo, para o qual as diretrizes do Ministério da Saúde não recomendam o rastreamento por mamografia, é responsável por uma quantidade significativa de óbitos, reforçando a necessidade de reconsiderar as políticas de prevenção.

A mastologista Karimi Amaral também contribui para a conscientização, ressaltando a importância do diagnóstico precoce na exposição do Senado.

“Um nódulo nas mamas, especialmente quando é indolor, duro ou irregular, precisa ser investigado”, destaca, reforçando a necessidade de atenção constante à saúde das mamas para garantir tratamentos eficazes.

A exposição une a beleza das formas curvas das construções de Niemeyer com a resiliência das mulheres - Foto: Saulo Cruz/Agência Senado