Na sexta-feira (20/9), em uma cirurgia realizadano Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e que durou seis horas, foram implantados dois eletrodos para estimulação cerebral profunda (DBS) em um paciente de 55 anos com doença de Parkinson. O procedimento, realizado através do Sistema Único de Saúde (SUS),foi o primeiro do gênero realizado na instituição, que pertence ao Estado e é administrada pela Fundação de Cardiologia de Porto Alegre.
O DBS – sigla em inglês para deep brain stimulation – é considerado o procedimento cirúrgico mais eficiente no tratamento do Parkinson, doença degenerativa do sistema nervoso que afeta os movimentos do corpo. Na maioria dos pacientes, ele alivia sintomas como tremores e rigidez, recuperando funções perdidas. O eletrodo é indicado somente para pacientes que não melhoram com medicamentos.
Na cirurgia, realizada pelo neurocirurgião Paulo Roberto Franceschini e a equipe médica do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia (Ceanne) doHRSM, dois eletrodos foram implantados em uma região do cérebro responsável pelo controle de sintomas motores da doença. Na primeira parte, o paciente permaneceu acordado para que pudessem ser realizados testes neurológicos, garantindo o correto posicionamento dos eletrodos.
Em seguida, já sob efeito de anestesia geral, foi feita a segunda fase do procedimento, com o implante das extensões e do neuroestimulador, dispositivo conhecido como marca-passo cerebral. Após a recuperação no centro cirúrgico, o paciente foi encaminhado na mesma noite para a unidade neurológica, onde permaneceu aguardando a alta sem apresentar sintomas.
Quando for ativado, em ambulatório, o neuroestimulador passará a aplicar estímulos elétricos. “O implante já diminui bastante os sintomas de forma temporária, mesmo antes de os eletrodos estarem ativos”, explicou o diretor administrativo do HRSM, Geison Farias. “É um orgulho para o Hospital Regional de Santa Maria realizar esse procedimento que trará qualidade de vida ao paciente e o reestabelecimento de suas atividades na vida cotidiana”, acrescentou.
HRSM
OHRSM é referência da Secretaria da Saúde para tratar pacientes do SUS com doenças neurológicas complexas. A instituição começou a funcionar em 2020, após mais de uma década de espera. Desde então, tem qualificado e ampliado seus atendimentos, realizando cirurgias em pacientes com tumor cerebral utilizando recursos exclusivos do Tesouro do Estado até a sua habilitação federal, que ocorrerá em agosto deste ano.
Texto: Ascom SES
Edição: Secom