Cerca de 630 produtores, técnicos e pesquisadores do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul participaram nesta quarta-feira (26) do X Seminário Estadual de Fruticultura de Clima Temperado, na unidade de pesquisa que o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) mantém no município da Lapa, Região Metropolitana de Curitiba.
O encontro teve como principal objetivo fomentar a atividade, capacitar os fruticultores e proporcionar informações para o desenvolvimento tecnológico da atividade. “Isso aqui é um trabalho de entrega aos produtores. Queremos oferecer culturas que propiciem densidade de renda, qualidade de vida e possibilitem ao agricultor familiar permanecer no campo”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza.
Richard Golba, diretor-presidente do IDR-Paraná, ressaltou o elevado nível técnico do evento e apontou a importância do trabalho integrado entre pesquisa, extensão rural e secretarias municipais de agricultura para desenvolver a fruticultura. “É lá no município que se ganha o jogo”, afirmou.
DEZ ANOS– “Essa reunião técnica começou de maneira tímida, com alguns poucos participantes em uma pequena sala para discutir quebra de dormência, e, agora, em sua décima edição, é um dos mais importantes eventos da fruticultura do Estado”, lembra Clandio Medeiros da Silva, pesquisador do IDR-Paraná.
Tópico crucial para garantir produção uniforme e qualidade das frutas, ainda nesta edição a dormência foi uma das principais discussões do seminário. Trata-se de um fenômeno fisiológico em que as plantas de clima temperado, como a macieira e o pessegueiro, perdem as folhas e entram em repouso no inverno para acumular reservas de nutrientes, hormônios e açúcares que serão importantes para a brotação, florescimento e frutificação do ciclo seguinte.
Mas esses processos somente ocorrerão de forma satisfatória se houver o acúmulo de um número específico de horas de frio (varia conforme a espécie) e que são contabilizadas quando a temperatura do ar fica abaixo de um parâmetro determinado – por exemplo, 7,2 ºC. “Se a quantidade necessária de frio não for alcançada, a quebra de dormência das plantas precisa ser induzida por meio da aplicação de agroquímicos”, explica Silva.
Para auxiliar o fruticultor, o IDR-Paraná desenvolveu o aplicativo “Horas Frio Paraná” , que pode ser baixado gratuitamente na Apple Store.
As informações do aplicativo são apresentadas em duas faixas de busca, a primeira categoria mostra o acúmulo de temperaturas inferiores a 7,2 ºC e a 13º C para 20 municípios paranaenses. O segundo grupo, com a somatória de temperaturas inferiores a 15 ºC e a 18 ºC, abrange 10 localidades.
VITICULTURA– Outro ponto alto do seminário foi a apresentação de cultivares de uva desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho e adaptadas pelo IDR-Paraná às condições de solo e de clima das regiões produtoras paranaenses.
“São cultivares que podem tornar a viticultura do Estado mais interessante do ponto de vista econômico, já que apresentam produtividade superior em comparação com outros materiais disponíveis no mercado”, aponta Juliano de Souza, gerente da unidade de pesquisa da Lapa e integrante da comissão organizadora do evento.
Cultivo de kiwi, mercado e estratégias de comercialização foram outros temas debatidos no evento, que terminou com uma atividade de campo na vitrine de tecnologias da estação experimental.
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