Os deputados Chico Vigilante e Gabriel Magno, ambos do PT, fizeram duras críticas ao conteúdo do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) , nos termos em que o projeto de lei complementar nº 41/2024 foi aprovado ontem. Da tribuna da Câmara Legislativa, nesta quinta-feira (20), os parlamentares declararam temer pela “desfiguração” do projeto original da cidade. Também comentaram sobre o que consideram “interesses econômicos” na matéria.
Para Vigilante, foram incluídas áreas que “não poderiam ser comercializadas”, como a do Clube de Caça e Pesca e da Academia de Tênis. Ambas estão na região do Palácio da Alvorada e do Palácio do Jaburu, residências do presidente da república e do vice-presidente, respectivamente. “Estes locais podem se transformar em hotéis e residências para 20 mil pessoas”, destacou o distrital.
“A União é dona de 49% das terras de Brasília. Por esse motivo, vou enviar expediente para que a Presidência tome conhecimento. Além disso, pedirei que a Polícia Civil e a Polícia Federal investiguem”, anunciou, afirmando que não ficará calado ante modificações que poderão ocorrer: “Brasília, pensada por Juscelino Kubitschek e desenhada por Lucio Costa e Oscar Niemeyer, é patrimônio do povo brasileiro e mundial. Por isso, não pode ser mutilada”.
“Este é o assunto da cidade hoje”, completou Gabriel Magno, que classificou o projeto “como um plano de negócios que vai destruir Brasília”. Para ele, “o PPCUB está submisso aos interesses da especulação imobiliária e dos grileiros”. O deputado ainda se referiu ao governador Ibaneis Rocha nos seguintes termos: “Vimos se estabelecer um balcão de negócios organizado por quem deveria proteger a cidade”.
Marco Túlio Alencar - Agência CLDF