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Corredores amadores são mais propensos a lesões, diz estudo
De acordo com um artigo publicado pela Revista Brasileira de Ortopedia (RBO), as lesões mais comuns são leves, como entorses, bolhas, escoriações, ...
22/03/2024 15h16
Por: Redação Fonte: Agência Dino

Não é preciso muita pesquisa para saber que a prática de exercícios faz bem para a saúde. O Ministério da Saúde define atividade física como “comportamento que envolve os movimentos voluntários do corpo, com gasto de energia acima do nível de repouso, promovendo interações sociais e com o ambiente”.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), adultos entre 18 e 64 anos devem praticar, no mínimo, 150–300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada. Pode parecer muito, mas, ao dividir por cinco, resulta em uma média de 30 a 60 minutos de exercícios por dia.

Seja musculação, caminhada, dança, futebol, não importa: é preciso se mexer para garantir uma boa saúde em todas as fases da vida. E dentre as diferentes modalidades existentes, a corrida é uma das que têm mais adeptos.

Contudo, engana-se quem pensa que basta calçar um par de tênis e sair correndo por aí. De acordo com um artigo publicado pela Revista Brasileira de Ortopedia (RBO), a prática esportiva amadora pode levar o indivíduo a lesões físicas até maiores do que as sofridas por atletas profissionais.

Segundo a fisioterapeuta Nayra Rabelo, é importante um profissional de saúde acompanhar esse processo. “A corrida impõe uma carga extra sobre músculos e outros tecidos do corpo, em especial dos membros inferiores e da coluna”, comenta.

“Isso se intensifica ainda mais quando falamos de corredores que querem performar no esporte em um curto período de tempo ou naqueles que já apresentaram alguma lesão ao longo da prática”, ressalta a fisioterapeuta. Ou seja, para quem já se machucou de alguma forma ou busca resultados rápidos, o acompanhamento profissional é imprescindível.

Cuidado extra com pés, tornozelos e joelhos

Ainda de acordo com o artigo da RBO, as lesões mais comuns são leves, como entorses, bolhas, escoriações, distensões e contusões. No entanto, registros mais graves, como fraturas, também podem ocorrer.

Como dito anteriormente pela fisioterapeuta, as áreas mais suscetíveis às lesões são os membros inferiores. O artigo cita que lesões em joelhos variam entre 7,2 e 50% do total; lesões de pé entre 5,7 e 39,3%; e de tornozelo, entre 3,9 e 16,6%. 

Rabelo afirma que não existe receita mágica para evitar machucados durante a corrida. “Lesão é um conceito multifatorial, então infelizmente não existe uma receita de bolo que possamos divulgar para evitá-las de forma geral e em larga escala.”

Ela explica que é importante não pular etapas na evolução do exercício e aumentar o volume e a intensidade gradualmente. “Períodos de repouso entre treinos e um suporte muscular como retaguarda são boas ações que podemos tomar na tentativa de reduzir o risco de maiores estresses sobre o corpo.”

O sucesso da corrida está além do preparo físico

Quem já calçou um tênis e começou a praticar corrida “do nada” seguramente já enfrentou dificuldades como cãibras, fadiga muscular, bolhas, assaduras e talvez até torções. 

É justamente para evitar esses tipos de problemas, que podem evoluir para lesões mais graves, que é necessário o acompanhamento de um profissional da saúde. 

Contudo, não é preciso se desmotivar por causa disso. Basta ter em mente os objetivos, e entender que existem vários fatores envolvidos no processo. “O contexto geral da nossa vida também interfere na maneira como nosso corpo processa o estresse físico da corrida”, informa a fisioterapeuta.

Rabelo explica, ainda, que o fator psicológico, a ansiedade e mesmo a privação de sono também influenciam na intensidade ou persistência da dor. Para ela, o paciente entender essa relação “é de grande importância na hora de ponderar os quadros de dor e lesão ou mesmo, propostas de prevenção”.

“O maior e mais desafiador de todos os cuidados a serem tomados é o desenvolvimento da habilidade de conhecer e respeitar seu próprio corpo”, aponta Nayra, que finaliza afirmando: “Isso vem com a prática, com algumas informações educacionais vindas de bons profissionais da saúde e é extremamente individual”.

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