Dando continuidade ao ciclo de capacitações do Projeto de Educação Permanente em Transplante, da Célula do Sistema Estadual de Transplante (Cetra) da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), a Escola de Saúde Pública Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE) realizou, nessa terça-feira (21), o Workshop Desafios da Entrevista Familiar.
Destinada a profissionais de saúde da iniciativa pública e privada de diversas áreas, a capacitação visa levar os participantes a conhecerem o fluxo de um acolhimento eficaz e prepará-los para uma entrevista familiar relacionada ao transplante de órgãos.
Além disso, as atividades abrangem o compartilhamento de experiências, discussão em relação ao manejo adequado de comportamentos diante de situações difíceis e como intervir na negativa inicial da família quanto à doação.
Segundo a coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott/IJF) e facilitadora do evento, Aline Alves, a intenção da iniciativa foi orientar os alunos para a aplicação de boas práticas de acolhimento.
“A gente deseja atingir o nosso objetivo que é a doação de órgão, mas, acima de tudo, queremos que psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e afins apliquem, no ato da conversa, uma boa acolhida por se tratar de um momento tão delicado”, explica. A capacitação faz parte da trilha formativa do Projeto de Educação Permanente em Transplante.
A iniciativa tem o objetivo de capacitar trabalhadores da área em prol do fortalecimento das culturas educacional, assistencial e organizacional da doação de órgãos e tecidos. O projeto já formou, de 2018 a 2022, cerca de 1.520 profissionais de saúde.
Os cursos envolvem participantes que atuam em todo o processo de transplante, passando pela identificação dos potenciais doadores de órgãos e tecidos, da avaliação de elegibilidade para transplante, do diagnóstico da morte encefálica, da manutenção para que os órgãos fiquem viáveis para o procedimento e da notificação junto às famílias e às organizações receptoras.
Segundo a coordenadora da Cetra, Eliana Barbosa, a formação é um componente decisivo, capaz de fortalecer e aumentar a qualidade de resposta do setor às demandas da população. “Todos os anos, há um projeto de Educação Permanente nesse sentido, com vários cursos distribuídos ao longo dos 12 meses. Esse nosso ciclo de atividades encerra-se agora em dezembro”, pontua.
Diversos cursos compõem o cronograma, entre eles o de Capacitação para Identificação de Morte Encefálica; o de Qualificação no Processo de Doação; o de Técnicas em EEG (eletroencefalograma), um dos exames para fechar o diagnóstico de morte encefálica; o de Capacitação de Enfermeiros para a Retirada e Preservação de Órgãos; e o de Comunicação em Situações Críticas.
“Nós também temos formações voltadas para os financiamentos que envolvem um processo de doação e outras direcionadas às associações de pacientes”, complementa Barbosa.
O Programa foi idealizado pela Cetra, que compõe a Secretaria Executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional (Seade) da Sesa. Já a execução é feita pela ESP/CE, por meio da Diretoria de Educação Permanente e Profissional em Saúde (Dieps) e da Gerência de Educação Permanente em Saúde (Geduc).