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Catarata atinge cerca de 65,2 milhões de pessoas no mundo
Primeiro relatório global da OMS sobre saúde da visão estima investimento necessário de 8,8 bilhões de dólares em cirurgias; médico especialista ex...
19/09/2023 16h55
Por: Redação Fonte: Agência Dino
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Segundo dados de 2019 do primeiro e mais recente relatório global sobre saúde da visão feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a catarata atinge cerca de 65,2 milhões de pessoas no mundo. A condição é uma doença ocular que, apesar de comum, pode causar cegueira e se caracteriza por um “embaçamento” no olho, segundo a OMS.

De acordo com os números do relatório, existem pelo menos 2,2 bilhões de pessoas no mundo com algum tipo de problema de visão. Destas, pelo menos 1 bilhão apresentam alguma condição de saúde nos olhos que poderia ter sido evitada ou que ainda não foi tratada.

A catarata está entre as doenças que ainda precisam de tratamento. A condição atinge mais pessoas do que o glaucoma, por exemplo (6,9 milhões) e a retinopatia diabética (3 milhões). O relatório esclarece que esses números provavelmente são maiores, devido à escassez de dados atualizados.

O estudo ainda explica que as chances de desenvolver catarata aumentam com a idade. “A frequência da catarata em pacientes com idade acima de 50 anos é consideravelmente alta devido a um processo natural de envelhecimento da lente ocular, chamada de cristalino”, explicam o Dr. Fabiano Hueb e a Dra. Giovanna Piccinini, médicos oftalmologistas especialistas em cirurgia de catarata e proprietários da Clínica de Olhos Uberaba. “Com o avanço da idade, o cristalino tende a se tornar opaco, resultando na formação da catarata”, completam.

Dados da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) repercutidos em 2022 já indicavam que a catarata atingia 25% dos brasileiros com mais de 50 anos. A doença pode, porém, acometer pacientes mais jovens também. “Diversos fatores contribuem para a manifestação precoce da catarata em pacientes mais jovens, incluindo obesidade, diabetes, exposição à luz solar e algumas doenças autoimunes”, esclarece o Dr. Fabiano Hueb.

Cirurgia simples é tratamento eficaz

O relatório da OMS estima que, para cobrir os custos dos casos de problemas de visão ou cegueira ainda não tratados, seria necessário um investimento de 24,8 bilhões de dólares. Desses, 8,8 bilhões deveriam ser destinados apenas para cirurgias de catarata. 

“Dado que não há abordagem clínica eficaz para a catarata, o tratamento é realizado por meio de uma intervenção cirúrgica conhecida como facoemulsificação. Esse procedimento envolve a aspiração da catarata e o subsequente implante de uma lente intraocular, visando restaurar a capacidade visual do paciente”, explica a Dra. Giovanna Piccinini.

O estudo da OMS não tem uma previsão exata do número de pessoas que irá desenvolver catarata nos próximos anos, mas sugere que haverá um crescimento “substancial” devido ao envelhecimento da população e ao fato de que “a maior parte das pessoas com mais de 70 anos vai desenvolver catarata”. O documento destaca que, por serem poucos os fatores de risco evitáveis, é preciso focar na promoção do tratamento.

A intervenção para tratamento da catarata é um procedimento relativamente simples, como detalha o médico Dr. Fabiano Hueb. “Utilizamos apenas anestesia local e colírios, e o paciente retorna para casa no mesmo dia. O procedimento em si dura de 10 a 12 minutos e a pessoa pode voltar à rotina normal depois de um breve repouso de um ou dois dias.”

A seção do relatório sobre saúde ocular da OMS que traz detalhes sobre os possíveis tratamentos indica que, se a cirurgia for feita no estágio inicial da doença, pode impedir a piora da deterioração da visão. Mas, se feita em estágios posteriores, pode também restaurar a visão perdida.

"É frequente depararmos com pacientes cuja visão está deteriorada a apenas 10%, 20% ou 30% de sua capacidade. O procedimento cirúrgico acarreta em uma substancial melhora na qualidade de vida desses indivíduos, pois o adiamento da cirurgia de catarata resulta em uma gradual perda da visão”, concorda o Dr. Fabiano Hueb.

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