AMA promove acolhimento, monitoramento e orientação aos pacientes
A professora aposentada Helena de Queiroz, de 62 anos, traz consigo um sorriso de alívio. Diagnosticada com o câncer de mama em 2022, ela, agora, após a cirurgia, está esperançosa com a recuperação e animada para voltar às atividades físicas que tanto gosta. Helena tem o apoio do projeto de Assistência Multiprofissional Ambulatorial (AMA) desenvolvido pelo Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
A busca ativa por pacientes oncológicos ou cirúrgicos tem sido a missão do AMA. A equipe, formada por quatro profissionais da saúde, está sempre monitorando consultas de retorno e exames pendentes em meio aos atendimentos com este perfil. O objetivo é garantir que o paciente realize o tratamento adequado, reduzindo ausências e piora de quadros graves.
As ações do projeto envolvem o acolhimento dos pacientes, a inserção de dados sobre cada caso no sistema e o agendamento para novos exames, tratamentos e consultas. O AMA também mantém contato por meio de aplicativo de mensagem e esclarece sobre direitos previdenciários e sociais, como benefícios e eventuais auxílios que possam ter direito.
O atendimento multidisciplinar, presente em toda a rede de saúde do Estado, também é fundamental para o bom desempenho do serviço. “À medida que a gente identifica as necessidades do paciente, encaminhamos para os profissionais relacionados. Por isso, chamamos de ambulatório multiprofissional”, explica Simone Cristóvão, coordenadora de Enfermagem do Ambulatório do HGCC e integrante da equipe AMA.
A equipe mantém contato direto com o paciente e verifica assiduidade ao tratamento
Helena, ao iniciar o tratamento no HGCC, passar pela escuta sincera do diagnóstico e relatar os próprios anseios, foi encaminhada para o serviço de Psicologia e para o tratamento oncológico por meio do AMA. “Eu acredito muito naquele lá de cima, no Pai e nos médicos. Não me arrependo de ter feito tratamento pelo SUS. Eu estou sendo muito bem tratada. Mesmo tendo plano de saúde, eu preferi ter o meu tratamento pelo SUS”, revelou Helena de Queiroz.
A filha de Helena, Arigislena dos Santos, de 28 anos, é o principal apoio da mãe durante as viagens de Quixadá para Fortaleza. Ela acredita que conseguir todas as solicitações médicas e exames em um mesmo local, tem gerado benefícios ao tratamento. “Eu achei muito interessante essa facilidade de não ter de voltar para o nosso interior a cada exame, para ser encaminhada para o tratamento. Aqui, já faz o procedimento todinho e encaminhamento ao tratamento”, conta ela, feliz com os resultados alcançados.
O AMA foi iniciado em 2019, após o Serviço Social receber a biópsia de um paciente que não havia dado seguimento ao tratamento de câncer de próstata. “Por ele não saber ler, tinha guardado o diagnóstico e faltado, duas vezes, ao retorno com o médico”, relembra a assistente social do projeto, Gemima Moura.
O setor, então, proporcionou o retorno do paciente ao hospital. A busca pelo paciente permitiu que ele começasse o tratamento e inspirou novas ações. Entre elas, a formação de uma equipe permanente com a missão de identificar pacientes em situação semelhante, para que os tratamentos tivessem prosseguimento. Assim nasceu o AMA.
Os números de pacientes acompanhados refletem um crescimento expressivo do serviço. Em 2019, o projeto deu assistência a 80 pacientes; em 2020, foram 142. Em 2021, os atendimentos deram um salto, passando para 574. Já em 2022, o AMA acompanhou 896 pacientes. De janeiro a julho deste ano, já são 512 pacientes auxiliados pelo projeto.
“Nos sentimos muito felizes em realizar este trabalho. Eu acredito que o SUS tem muito a oferecer para o paciente. Não é um favor, é um direito das pessoas. Garantir esse direito diariamente é uma missão do nosso trabalho e isso deixa o nosso coração repleto de gratidão”, defende Simone Cristóvão.