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Médica lista 5 ações para ajudar no controle da ansiedade
Médica psiquiatra Dra. Milliane Rossafa explica como identificar o transtorno e como controlar crises
13/07/2023 13h20
Por: Redação Fonte: Agência Dino
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Que a ansiedade faz parte da vida todo mundo já sabe, mas, como lidar com ela quando isso se torna um transtorno? O Brasil é o país de pessoas mais ansiosas do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e muitos ainda não sabem que existe tratamento para esse transtorno. Médica psiquiatra, especialista em transtornos ansiosos, a Dra. Milliane Rossafa explica mais sobre esse tema e dá dicas de como controlar a ansiedade e possíveis crises.

De acordo com a especialista, irritabilidade, sensação de nervos à flor da pele, alterações do sono, preocupação excessiva, dificuldades com a memória que afetam o dia a dia, sentimento de alerta constante podem vir associados a sintomas físicos como dor no peito, falta de ar, formigamento nas mãos, alterações intestinais, entre outros.

O transtorno de ansiedade generalizada afeta o “alarme interno” chamado de amígdala, uma região cerebral também conhecida como a parte emocional do cérebro, segundo Rossafa. Milliane também é especialista em transtornos depressivos, dependência química, TDAH e vários outros transtornos mentais no adulto.

“A primeira forma de se ajudar é não se atrapalhar. Excesso de café, falta de exercício físico, sono desregulado, bebidas energéticas e alcoólicas, falta de rotina são alguns fatores que pioram a ansiedade. O fato é que o tratamento abrange vários fatores e o paciente pode começar eliminando o que lhe faz mal e em conjunto aprender técnicas específicas”, explica a médica psiquiatra.

Dicas:

1. Respiração diafragmática: colocar a mão no abdômen abaixo do peito e acima do umbigo (é o abdômen que desce e sobe nessa respiração e não o tórax). Inspira-se lentamente pelo nariz por 4 segundos; segurar o ar por 2 segundos e solta o ar em 6 segundos pela boca. Fazer até 4 vezes a técnica quando estiver em crise de ansiedade.

2. Mindfulness, “musculação cerebral”: é a prática de se concentrar no presente, através de âncoras como a respiração, o corpo. O praticante se concentra na respiração e sensações do corpo, no ambiente em que está inserido. É normal se distrair durante o processo. Trazer a atenção de volta à respiração faz parte do treinamento.

3. Exercícios físicos: em geral todo exercício pode ajudar, mas tratando-se de tentar acalmar a mente e reconectá-la ao corpo, os estudos têm mostrado que o Yoga é uma excelente técnica a se aderir.

4. Terapia cognitivo-comportamental: também é uma das abordagens da psicologia eficazes para tratamento de ansiedade. A TCC entende a forma como cada pessoa vê, sente e pensa com relação a uma situação que causa desconforto, dor, incômodo, tristeza ou qualquer outra sensação negativa. O objetivo principal é identificar padrões de comportamento, pensamento, crenças e hábitos que estão na origem dos problemas, indicando, a partir disso, técnicas para alterar essas percepções de forma positiva.

5. Uso da medicação: os inibidores da recaptação de serotonina são a primeira escolha, que são medicações seguras e não causam dependência (sertralina, fluoxetina e escitalopram). O objetivo é que o paciente mude seu estilo de vida, inclusive alimentar, para que o tratamento tenha sucesso. Sem esquecer que alterações da tireoide, problemas cardiológicos e outras doenças clínicas podem gerar ansiedade.

A psiquiatra Milliane Rossafa ainda pontua que cada caso é avaliado individualmente, “Então, a medicação que serve para uma pessoa talvez não sirva para outra. É imprescindível que o paciente não se automedique. Muitas vezes indicamos 'medicações de alívio' nos casos de crises de pânico ou de ansiedade como os benzodiazepínicos (clonazepam, alprazolam) para reduzir ou frear as crises mais intensas”, afirma.

Ainda segundo a especialista, até que o tratamento comece a fazer efeito, o uso com responsabilidade e acompanhamento médico dessas medicações ajudam muitas pessoas. As medicações precisam de alguns dias para começarem a fazer efeito, em média 4 semanas, por isso, muitas vezes recomenda-se o uso de ansiolíticos (conhecidos popularmente como calmantes), temporariamente, em conjunto com o tratamento principal.

“Ansiedade todo ser humano tem e nos protege de alguma forma desde os primórdios e passa a ser um transtorno quando começa a afetar sua vida”, conclui a médica psiquiatra Dra. Milliane Rossafa. Durante o curso ‘Tranquilamente’, sobre ansiedade, a especialista ensina técnicas de forma simples para os ansiosos. Em 14 aulas, especialistas como cardiologista, acupunturista e nutricionistas também dão dicas. Rossafa compartilha todos os dias e tira dúvidas em sua rede social @dramillianerossafa.