O programa Opera Acre, do governo do Estado, alcançou números inéditos no primeiro semestre de 2023. Foram mais de seis mil cirurgias eletivas, o que representa um crescimento de mais de 45%, se comparado ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), o Acre possui, ainda, a maior taxa de expansão de cirurgias eletivas entre todas as unidades da federação.
Oferecer qualidade de vida aos pacientes que buscam atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e zerar as filas de espera são prioridades da atual gestão do governo do Acre. Reiniciado em 2022, após o período pandêmico de enfrentamento à covid-19, o Opera Acre é o maior programa de redução de filas do estado.
Em maio, a Secretaria de Saúde (Sesacre) submeteu ao MS o Plano Estadual de Redução de Filas. Com a aprovação, o estado garantiu mais de R$ 2 milhões em recursos federais para a realização das cirurgias eletivas. Inicialmente foi repassado um terço do valor estabelecido, o que representa cerca de R$ 850 mil.
“Estamos trabalhando para descentralizar os serviços de saúde. É um esforço conjunto do governo federal, estadual e municipal. Os pacientes estão nos municípios, mas não estão restritos aos limites geográficos, são usuários do SUS. Isso é para mostrar o nosso compromisso com todos”, destaca o secretário de Saúde, Pedro Pascoal.
As 6.179 cirurgias correspondem não só aos mutirões realizados no interior do estado, mas também às cirurgias realizadas na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) e no Hospital Santa Juliana, em Rio Branco. Entre as principais especialidades estão as cirurgias ginecológicas, proctológicas, urológicas e gerais.
Atualmente, sete mil pessoas aguardam em fila de espera por cirurgias no estado. É o que consta no Sistema de Regulação de Cirurgias da Sesacre. Por isso, pacientes como Rosilania Maia celebram a realização de uma sonhada cirurgia de hérnia. A paciente teve procedimento realizado em maio, no Hospital Geral Dr. Sansão Gomes, em Tarauacá.
“Foi uma surpresa boa. Antes da cirurgia, sentia muitas dores, ânsia de vômito, não podia correr ou segurar pesos. Graças a Deus deu tudo certo, estou me recuperando e me sinto bem de saúde”, relata.
Para o morador de Assis Brasil Diones Batista, o procedimento veio mais rápido. “Fiquei muito feliz, parece que é um peso que está saindo de mim. Há um pouco mais de seis meses procurei o SUS, após começar a ter sintomas, e ‘deu’ pedra na vesícula. Esse mês fui chamado para fazer os exames pré-operatórios e já estou aqui para fazer a cirurgia”, conta.
A chefe da Regulação de Cirurgias da Sesacre, Shirley Nascimento, explica a complexidade da gestão de cirurgias no estado. “Para que a população entenda, ao realizarmos mil cirurgias, outras mil solicitações de cirurgias são inseridas, quase que simultaneamente, no Sisreg [Sistema Nacional de Regulação]. Então, por enquanto, estamos mantendo um equilíbrio. Mas nossa expectativa é diminuir as filas consideravelmente, e estamos trabalhando para isso”, disse.
Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Rio Branco, Brasileia, Senador Guiomard e Plácido de Castro sediam, pelo menos uma vez por mês, a realização do mutirão de cirurgias. Com isso, pacientes de todo o estado são beneficiados, por meio do Opera Acre.
Além do recorde de cirurgias, o governo alcançou algumas metas estabelecidas, ainda, no plano de cem dias. Como a reativação do centro cirúrgico do Hospital-Geral Dr. Manoel Marinho Monte, em Plácido de Castro, que há 30 anos não funcionava. A medida faz parte das estratégias para descentralizar os serviços e qualificar a assistência em saúde.
“A reativação do centro cirúrgico foi um desafio colocado para a gente. É o compromisso do governador Gladson Cameli na ampliação das cirurgias e na manutenção desses mutirões. A gente se sente feliz em aproximar esse serviço da comunidade e trazer qualidade de vida para essas pessoas”, enfatizou a secretária adjunta assistencial da Sesacre, Ana Cristina Moraes.
A demanda reprimida para cirurgias gerais em Tarauacá, Feijó, Jordão e nos municípios do Alto Acre está zerada. Esse feito se destaca como um dos principais avanços do programa. “E hoje passamos a atender a demanda em tempo reduzido, ou seja, em menos de um mês o paciente faz a consulta e a cirurgia. A partir de agora, ficaremos atendendo com fila reduzida”, afirmou Shirley Nascimento.